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Jethro Tull

O exército de um duende.

"Este é um lugar grande, extraordinário. Sempre há algo novo para se descobrir, nunca se sabe o que está oculto num canto. E Elfos, senho! Elfos por toda parte. Alguns terríveis e esplêndidos como reis, outros alegres e descuidados como crianças. E a música, e as canções!"
( Tolkien - " O Senhor dos Anéis". Livro I )


A foto certa deveria ser feita em 1968. De aí até oito anos mais é a colheita do trabalho árduo do grupo de Ian Anderson. Oito anos antes, é Ian Andeson quem carrega o grupo nas costas.
Um duende insistem ainda alguns na velha e misteriosa escócia. Mais um escocês calvinista de espírito indomável diriam os professores que tentaram sem sucesso catequizá-lo.
Um agnóstico precoce aos 10 anos. Mas que manteve o amor também obsessivo pelo trabalho, constante, sim, árduo, difícil, redentor.
E mais estranho ainda no ninho rejeitou com veemência todas as drogas e as bebidas fortes, groupies (as namoradas, que ficavam com os artistas de rock) e o luxo fácil e devasso que invadia aso poucos o rock em sua adolescência.
Segunda, agora no início deste abril que esfria com os primeiros ares gelados do polo sul, ele reaparece em Porto Alegre como um senhor bem sucedido, pra uma platéia abastada, disposta a pagar um bom preço pelo conforto das poltronas de veludo do teatro grande.
Já viu e ouviu tudo. Inclusive contarem sua própria história como parte da história.
A saga do jethro Tull, como atestaram periódicos da época, era a de um duende louco que desce da Escócia, disposto a matar o seu tédio com música.
Calvinista e ambicioso, duro.
Encontra uns garotos que como de resto da Inglaterra estão curtindo o blues. Um pianista rico, um testemunha de Jeová e um guitarrista maluco. Nosso herói luta. Mas apesar das lutas, o sucesso não vem. No frio de um porão na Londres cinzenta, o duente sonha e vê além.
O duro escocês Ian. Ambicioso, que não teme barra pesada como os seus amigos. O teimoso Ian. O leonino Ian será rapidamente o lider que os fará despertar.
Ele com o longo e esfarrapado casaco de boa lã do pai voando no vento frio das esquinas. Os ares cinzentos daqueles tempos, o marrom envelhecido do casaco, o frio negro da noite. Ele um sujeito magro, alto, ruivo cruzando resoluto seu caminho.
segue.

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