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Hoje é Dia do Rock !!

todo dia é dia de alguma coisa em sua vida, e na minha. agora, por exemplo, é dia de comemorar um estilo música que virou estilo de vida. neste 13 de julho foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o dia do rock. a data é a mesma do megaespetáculo Live Aid, criado por Bob Geldof, a fim de arrecadar fundos para combater a fome na África. dia de um grande show com os nomes mais importantes do rock mundial, e realizado simultaneamente em Londres, na Inglaterra, e na Filadélfia, nos Estados Unidos, todos nesta mesma data, em 1985. O razão da escolha é significativa, porque o evento na verdade caracteriza, talvez, a última grande manifestação significativa e de impacto, onde se possa ver a típica atitude da cultura explosiva e criativa da geração que influenciara o planeta. o rock, criado à imagem e semelhança de sua geração. tem eterna identidade jovem, é plena, para sempre. as suas referências estão cheias de valores imortais. o amar à vida é mais do que uma ode intensa, el
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Dias de Rock

Eu sei, é apenas “rock and roll”, mas eu gosto. Nem sei quando começou essa coisa, até estranha, de gostar de rock num país tropical. O Brasil é um lugar rico em tradições e estilos musicais. Muitos deles são mais bonitos, mais sofisticados, mais românticos e mais alegres do que qualquer outra coisa já feita no resto do planeta. Eu sei, é apenas “rock and roll”, mas eu gosto. São só três notas musicais. Aquela batida simples e sincopada. Uma dança meio maluca. Nada mais simples, nada mais óbvio. Letras básicas, tipo “eu amo você” ou “há, eu não amo mais você”. Pelo menos foi assim que tudo começou. Sem muito trabalho para criar, nada de coisas complexas, o tempo passa e nas tardes da eternidade a pressa é a sede da juventude. Coisas básicas: mudar o mundo, cruzar o planeta. Desvendar a Califórnia, Londres e Hamburgo. Tóquio, Pequim e Bombaim. Seguir a infinita highway, ir a todos os lugares, por todas as autobans. Eu devo ter estacionado num daqueles lugares onde o prá sempre sempr

Punks X Velvet Underground X Hippies

daquela horda de locos saem, acredite, alguns gênios e um dos melhores discos de todos os tempos do rock: The Clash e seu Sandinista! os Punks conseguem a um só tempo atingir o marasmo da cena musical e páginas policiais. nem tanto pelo tom debochado que dirigem ao "stabelishment", algo a que chamamos de "sistema" ou "nosso modo de vida". é mais pelas crises de abstinência de drogas pesadas. esta sim uma herança maldita da geração que sonhava com Paz e o Amor nos distantes anos 60. é justamente naqueles anos que estão as raizes do Punk. através dele tbm é curiosamente possível associar o movimento a dois momentos explosivos do maior movimento cultural jovem do sec XX. nos 60's rolava nos EUA o verão mais doido da história. os parques de Los Angeles eram tomados de jovens vindos por todos os lados que tocavam lá mesmo. muitos seguiam para o bairro latino, outros passavam e aplaudiam. alguns transavam ao ar livre. mas ali todos se drogavam. queriam o adm

Punks X Velvet Underground X Hippies

não tinha visto o tópico do Axes no orkut. achei bárbaro alguém se ligar assim na história digamos antropológica da música urbano do sec XX. do q e eu sei digo agora. do resto não falo. vi o movimento punk chegando ao Rio no início dos 70's. algo ingênuo comercialmente falando comparado aos EMOs dias de hoje.havia ali algo ainda do que fora o grande movimento cultural dos anos 60's. comecemos pelo cenário mais simples e óbvio: a Londres dos anos 70. a esquina cultural do mundo estava de ressaca. o rock and roll lavara todas as suas roupas sujas e agora andava de limosine. imagine alguém que como Lennon cantava algo novo mas que é varredor de rua, mendigo e mora escondido num sótão abandonado de suburbio enquanto batalha sua chance de surgir musicalmente. difícil !? tem muito mais conforto mesmo na favela carioca da Rocinha do que nas ruas daquela época. esse pessoal eram os irlandeses que formavam o Jetrholl Tull. antes do fim dos 70's seriam milionários e famosos. não eram
 
estava estirado na poltrona ordinária do cinema em Copacabana pela sexta vez. tinha chegado cedo e via as figuras que passavam de um lado a outro. alguns conversavam baixo tranqüilos. a outros o lanterninha se limitava a apontar um lugar vago assim que chegavam. o cheiro inconfundível de maconha invadiu a sala no inicio do documentário de Janis Joplin. talvez ela dissesse que seria o ar mais apropriado. gostava particularmente de duas cenas. quando entrava no palco do festival de Monterey Pop num vestido curto, lamê solto ao corpo, mules saltinho fino, uma vasta cabeleira e o vento descobrindo o rosto. sittin down by my window, honey/lookin out at the rain/ something come along, grabbed a hold of me/ Ball and Chain é uma performance visceral, violenta. lhe transforma em instantes. deixa amostra a alma nua. ocupa aquele espaço em que toda vida cabe. treme, geme, grita, urra, bate os pés. é única e está envolvida pela serpente que veio lhe redimir dos pecados. era a maçã, a oferenda
 
Yeah, I’m gonna try – Yeah / Just a little bit harder minha segunda cena não era propriamente a performance extravagante e louca que se podia esperar de Janis . deixava o seu recado, o testemunho de uma alma que colhera infindáveis escoriações, arranhões, quedas e tropeços na vida de princesa que nunca haveria de ser. rejeitada e excluída da própria comunidade, diluiu suas mágoas em burbom barato e destilou suas desilusões nos tons de uma poderosa garganta - assim ao natural, imitando o que gostava de ouvir. “quando as coisas estão realmente difíceis e não há ninguém a lhe estender a mão, ninguém que lhe espere em casa, você querendo apenas se sentir mais leve, libertando a mente, o coração...sabe do que você precisa ... você precisa apenas de uma mãe carinhosa..." Try, try, try/ just a little bit harder/ So I can love, love,love, you/ I tell myself-well, I’m gonna try – yeah/ Just a little bit harder/ So I won’t lose, lose you/ to nobody else/
 

aí alguém lhe falou sobre Leadbelly e o blues

tentar encontrar um saída foi tudo o que essa capricorniana nascida Janis Lyn Joplin em 19 de janeiro de 1943 em Port Arthur/Texas buscava. queria a paz de casa novamente. menina tímida e obediente. cantora folk aos 16 anos. cabelos loiros quase brancos, aluna dedicada. a filha exemplar da classe média texana nunca encontrou seu caminho de volta. se não podia ser uma bela texana seria então mais um dos rapazes. eles podiam beber, sair de carro, jogar sinuca, tocar e cantar nas praias do rio Neches até a madrugada. não chateava. podiam fazer qualquer coisa na frente dela. não ligava. riam de seus palavrões e aquele jeitão. no fim dos 50’s quando o rock and roll era morimbundo os garotos escutavam jazz e folk . aí alguém lhe falou sobre Leadbelly e de um blues em tintas country . esta ponte era o acesso que lhe faltava e é para onde correriam suas emoções desafogando a alma turva alguns poucos anos depois. feia, bebendo muito, sem modos. não havia nada de elegante nela que andav
ela canta como Bessie Smith e canta totalmente diferente

Alma beat

os pais pressentem que se tem alguma chance estão fora dali. juntam as economias e mandam Janis conhecer Los Angeles onde faz um curso de verão. acaba em Venice , o miserável bairro dos beatniks em Nort Beach. o reduto derradeiro da beat generation . dos escritores malditos da América que elegeram o realismo como tema e a vida errante como lema. a estrada é a morada dos espíritos devassos carregada de relatos de fracassos de onde Charles Bukowski resgata a esperança da dignidade humana. por arte ou por puro heroismo literário. qualquer quartinho ao lado também tem o endereço errante de Allan Bourrogs . já lera sobre Jack Kerouac no Time, autor da antológica On The Road. é com eles que Janis se identifica, mas ninguém liga. o ambiente é freak . aprendeu a tomar bolinhas e a se aplicar. aprende a ganhar a vida cantando blues em Austin . conhece a heroína em Nova York. começa a traficar drogas em San Francisco. as coisas estão fugindo ao controle. “eu só queria ser uma pessoa comum.
Janis e a Big Brother & Holding Company

rendas, flores e colares

todo o pessoal da banda vai morar na comunidade rural de Laguanitas . é lá que Janis descobre que não precisa ser a boa texana para ser aceita. as garotas lhe ensinam como se vestir. elas usam rendas, flores, colares, cabelos soltos e perfume patchuli . era fácil. foi natural. Janis aprendeu o que fazer para ser compreendida mas não como ser amada. todos tinham seus pares. menos Janis . era quem transava todos. porque ela era totalmente livre. isto é, não tinha ninguém. a liberdade era a outra face da solidão de Janis. para estancar suas antigas feridas até que suporta o combate um tempo mas cai diante de outro velho demônio: o álcool, que lhe ajuda a só esquecer. depois vem as anfetaminas e enfim a heroína . é assim que ela domina a cena dos parques de San Francisco do verão ao outono de 66 até explodir em naquela noite em Monterey .
Aqualung my friend/Don't start away uneasy/You poor old sob, you see it's only me.

Thick As a Brick

Depois de encarar o vento frio e as portas fechadas das gravadoras e da imprensa, Ian consegue uma agência que os apoie. Não é uma brastemp, mas ele quer a estrada e tem todo aquele ambiente folclórico da Escócia que volta aos poucos à sua mente, as histórias fantásticas, faunos, florestas e duendes. Como trocam de nome a cada show, alguém do escritório sugere o nome de um agricultor inglês do século 18, conhecido por suas esculturas em madeira, ninguém se incomoda? Ian acha divertida a idéia. Por quê não? Ian que sustentara a banda trabalhando como faxineiro em um cinema quase foi expulso quando trouxe uma flauta antes da turnée. Era mais fácil transportar, ele dizia. Queriam bater nele. Uma banda de rock e de blues nunca teve flauta. Mas passariam a ter, depois dele. Ouve o jazz de Roland Kirk que vira sua nova paixão, lhe inspira a ser emocionante, a criar, a ser melhor. Pouco a pouco o underground londrino descobre o impacto da nova sonoridade. Não tarda e vai alcançar o primeiro l
para Ian Anderson música deve exigir de quem ouve o mesmo esforço de quem a compôs... 

Jethro Tull

O exército de um duende. "Este é um lugar grande, extraordinário. Sempre há algo novo para se descobrir, nunca se sabe o que está oculto num canto. E Elfos, senho! Elfos por toda parte. Alguns terríveis e esplêndidos como reis, outros alegres e descuidados como crianças. E a música, e as canções!" ( Tolkien - " O Senhor dos Anéis". Livro I ) A foto certa deveria ser feita em 1968. De aí até oito anos mais é a colheita do trabalho árduo do grupo de Ian Anderson. Oito anos antes, é Ian Andeson quem carrega o grupo nas costas. Um duende insistem ainda alguns na velha e misteriosa escócia. Mais um escocês calvinista de espírito indomável diriam os professores que tentaram sem sucesso catequizá-lo. Um agnóstico precoce aos 10 anos. Mas que manteve o amor também obsessivo pelo trabalho, constante, sim, árduo, difícil, redentor. E mais estranho ainda no ninho rejeitou com veemência todas as drogas e as bebidas fortes, groupies (as namoradas, que ficavam com os artistas de